O Concurso Nacional Adauto Botelho nasceu com o objetivo de requalificar a ala de convivência do Hospital Colônia Adauto Botelho. A parceria de diversas organizações possibilitou este Concurso, como a Fundação Amigos do Adauto, a Secretaria de Estado do Paraná, o Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPR e o Grêmio de Arquitetura e Urbanismo da UFPR.
Além de ser um exercício projetual aberto para todos os estudantes do Brasil, fez-se interessante por trabalhar uma arquitetura social e ligada a usuários com necessidades especiais. O projeto deveria atender as requisições hospitalares de segurança e seguir um programa de necessidades básico de salas de convivência, salas de jogos e área externa. Além disso, como o projeto será executado por meio de financiamento coletivo, os participantes deveriam entregar um orçamento base buscando uma ponderação de gastos. Saiba mais sobre o processo de escolha e os premiados no concurso, a seguir:
Os projetos foram julgados por uma comissão mista entre arquitetos e profissionais da saúde para uma melhor inserção do projeto na atual situação do local e dos pacientes. Os júri foi composto por 3 arquitetos, Emerson Vidigal, Alessandro Filla Rosaneli e Cervantes Ayres Filho e duas profissionais da saúde que trabalham no local, Denise Paulino e Adriana Todys de Medeiros. Nestas condições, a banca, através de análises de conceituação, narrativa, contextualização, qualidade espacial, qualidade formal, adaptação e representação, elegeu as três propostas mais adequadas para o espaço.
PRIMEIRO LUGAR - Equipe Limiar
Equipe: Alexandre Kenji Okabaiasse, Daniela Moro, Diego Pinto, Gabriel Tomich e Lara Seleme Modro
Instituição: Universidade Federal do Paraná
A partir da interpretação de que, no hospital psiquiátrico, as relações entre o interior e o exterior constituem uma questão chave, a proposta busca, com intervenções mínimas, agir pontualmente sobre os elementos que definem “dentro” e “fora”, em especial os muros, paredes e a galeria porticada existentes. Pretende-se, a partir disso, reorganizar os programas internos do edifício e dar sentido ao exterior, criando uma dinâmica de entrar e sair que aproxima estes espaços.
SEGUNDO LUGAR - SD124
Equipe: Christiana Vieira. Kahel Bubniak, Mateus Costa e Nathália Kuipers
Instituição: Universidade Federal do Paraná
A proposta procurou transformar o pavilhão em um dispositivo que auxilie na recuperação dos pacientes, e no retorno deles para a sociedade. Esse conceito se traduziu em quatro grandes atmosferas: um local que envolve o indivíduo e sua própia consciência, no qual o paciente busca a paz consigo mesmo; uma região envolvendo a pessoa e a natureza, onde o contato com vegetação, com a luz do dia, com a terra, com a textura do solo; a porção envolvendo o paciente e o mundo exterior, através do conhecimento e da tecnologia; e por fim o segmento que promove conexão entre os pacientes e desenvolve um espírito de comunidade através do convívio. Essas 4 interfaces de tratamento foram trazidas para o projeto através da Arte, do Jardim, da Sala de Mídia e da Sala de Convívio, onde cada espaço com sua identidade fortalece essas relações e auxilia no desenvolvimento individual em busca de uma vida melhor. A equipe também teve como prioridade a acessibilidade do pavilhão, e assim o adaptou completamente para ser 100% acessível. A paleta de cores foi definida com base nos efeitos psicológicos de cada cor, preferindo por aquelas que trazem sensações de calor, aconchego e criatividade.
TERCEIRO LUGAR - Equipe ARTEMÍSIA
Equipe: Desirree Marie Louise Dompsin, Jackson Rispoli de Oliveira, Lissandra Baldissera e Carolina Fagundes
Instituição: Universidade Federal do Paraná
O partido da Equipe ARTEMÍSIA foi o de explorar ao máximo o uso terapêutico das CORES e a capacidade renovadora das áreas de convívio com abundância de espaços verdes e de espaços para a arte, tendo como base o grande avanço desenvolvido pela psiquiatra Nise da Silveira com a substituição de técnicas invasivas por métodos baseados nas teorias de Carl Jung. O conceito usado na concepção das salas e na escolha da paleta de cores foi inspirado nos Arquétipos Junguianos, figuras presentes no Inconsciente Coletivo que influenciam na configuração das personalidades.
Neste momento, o Concurso ganha uma nova etapa rumando a execução do projeto. A organização do Concurso atualmente está procurando por meios de patrocínios publico-priados para conseguir proporcionar uma melhor qualidade arquitetônica para os pacientes do Hospital Adauto Botelho.